Já diz o velho dito popular que "Santo de casa não obra milagre."
Lembro dele sempre que encontro, sem muita alegria, pessoas que tendem a desmerecer algo sem razão. Pessoas que gostam de reclamar e reclamando pensam que resolvem seus problemas.
Um exemplo clássico disso, e que está cada vez mais em moda, são aqueles que debocham, falam mal, e porque não dizer, esculhambam os sobralenses.
São pessoas da terra. Nascidas, criadas e enraizadas na Princesa do Norte. Fato este que não impede o desdém com que tratam os próprios conterrâneos (creio que, pra esses, isso até os legitima).
Os comentários são inúmeros.
Falam mal do nosso povo consumeirista, que só se espelha nos bens próprios e alheios. Que vive do consumo desregrado e que fazem de tudo pra impressionar o restante da sociedade com o carro do ano. A prestação é maior que a conta bancária, mas isso é o de menos. O que importa é aparecer. Pessoas que compram o que não precisam, com o dinheiro que não possuem, pra impressionar pessoas que não gostam.
Em outros momentos falam mal das oportunidades de estudo, do mercado de trabalho, das oportunidades de emprego e ascensão funcional. Tem um conhecido que já não tenho como amigo que estudou a vida inteira em Sobral. Fez faculdade, arrumou os primeiros empregos e com eles conseguiu fazer cursos (custeados pelos patrões). Ao primeiro sinal da capital, se mandou e fez questão de deixar bem claro pra todos o quanto odiava o povo "ingrato" de Sobral. Deve ser o que chamam de paradoxo...
Também já ouvi falarem mal das mulheres de Sobral. Dizem que só se vestem para impressionar os "playboyzinhos", que só pensam em moda, carros importados, maquiagem, perfumes. Que não tem nada mais na cabeça a não ser as festas e as companhias "chiques" da sociedade.
Por último falam do povo fofoqueiro. Que falam dos outros pelas costas. Que comentam a vida alheia e tentam desvendar quanto um ou outro ganha, como fazem pra se manter. Se está sendo traído ou tendo um caso. Questionam como pode um ou outro casal estar junto e fazem apostas sobre quanto tempo dura determinado relacionamento.
São comentários que vi e ouvi aos montes nesses mais de 20 anos em que vivo aqui.
Sabe, das amarguras que tenho na vida (graças a Deus são poucas), uma das que mais me atormenta é o fato de não ter, eu, nascido em Sobral. Não renego minhas raízes, mas reconheço que seria mais feliz e ficaria mais a vontade se tivesse estampado em minha certidão o nome dessa cidade.
Me sinto sobralense. De coração e com orgulho! Tanto que fico enojado sempre que encontro pessoas de mente pequena que acham que esse tipo de situação narrada acima só acontece aqui. Pessoas que não entendem, ou por desconhecimento ou por pura burrice, que o consumismo exacerbado, as "patricinhas e mauricinhos", os fofoqueiros e falsos, além dos ingratos de pouca índole (além de outros tipos) existem em qualquer lugar do MUNDO!
Não é (des)mérito de Sobral possuir pessoas desse tipo. É do mundo! É do ser humano, que muitas vezes é humano demais.
Esse tipo de pessoa (que, pasmem, também existe em todo o canto do mundo), não enxerga que está no mesmo nível, ou abaixo, das pessoas que critica.
A estas pessoas de alma impura e pouca auto-estima, que são incapazes de ver o que de belo tem em nosso povo e que fazem questão de falar mal dele, em toda e qualquer oportunidade, deixo dois conselhos:
Procure conhecer outros locais do mundo. Desde locais próximos e menores que Sobral, até os grandes centros mundiais e se informe sobre a "qualidade" das pessoas de lá. Verá que o ser humano é, naturalmente assim, apegado ao consumo, às fofocas e etc.
Do contrário, fica um segundo conselho. Na verdade é mais um pedido. Procure outro local pra viver. Afinal, você é bom demais pra viver nessa terra. Você pode mais, merece mais! Vá! Não se misture! Procure um local que lhe faça feliz e faça feliz a todos nós...não precisamos de você!
"E teje dito!"
